Imagine que você está andando no centro de sua cidade. De repente, você se depara com uma banca cheia de CDs, DVDs, livros, utensílios diversos, brinquedos de criança, aparelhos celulares e até um computador. Instigado pela curiosidade, você resolve se aproximar e descobre que tudo isso está de graça. É só chegar e pegar! Esta é a proposta da Banca de Graça, uma iniciativa subversiva e revolucionária que você vai conhecer agora.
Desde criança aprendemos a fazer operações matemáticas de compra e venda no mercado. Em nome de uma boa aprendizagem, somos treinados a fazer uma lista de compras, ser um cidadão comportado e, com isso, internalizamos que o importante é não sair perdendo, não ser nunca passado para trás. O referencial estabelecido na nossa sociedade é de que o mundo é feito de transações econômicas envolvendo bens, serviços e moeda. O que está por trás das transações econômicas? O que está oculto sob a lógica financeira da permuta?
O que a Banca de Graça propõe é simplesmente retomar aquilo que diversos mestres do passado deixaram para nós. Nem todos falam sobre dinheiro, mas muitos colocaram a questão energética: dedica, serve e doa para todos, incondicionalmente.
“Quem guarda em casa aquilo que a outros é necessário, esse é um ladrão”
Mahatma Gandhi
Como surgiu a Banca de Graça
Reação do público
“Não é coerente restringir a Banca de Graça a alguns tipos de produtos; se a pessoa traz 5 pacotes de soja transgênica e alguém quiser pegar, que pegue. É incondicional.”
GYUK, canalizador da Banca de Graça
“Se você prepara isso apenas materialmente, você corre risco de receber socos, foices e pontapés como resposta. Se você prepara isso alinhado com suas forças interiores e as forças e hierarquias maiores, o risco é menor.”
GYUW
“Pode chegar alguém com uma caminhonete, levar tudo embora e abrir uma banca para vender as coisas. Nós não questionamos isso, estamos aí para servir a uma força maior. Se alguém fizer isso, o carma é dele, não é nosso”.
GYUW
“Algumas pessoas começaram a querer colocar critérios. Mas qual o sentido de fazer uma Banca de Graça com limites? A Graça não tem limites nem regras. Ela é infinita. Buscamos ser coerentes com isso”.
GYUW
Desapego gera abundância
“Tem que colocar na roda e deixar a energia fluir. A idéia do compar-trilhar é justamente que esse compartilhamento é uma trilha, um caminho evolutivo da humanidade. O infinito caminho na trilha compartilhando.”
GYUW
Fogueiras públicas
O necessário e o supérfluo
Destino típico das bugigangas da Sociedade do Consumo |
A simplicidade é a chave para que possamos nos relacionar apenas com aquilo que é necessário, e não com o supérfluo. Paradoxalmente, o mais difícil é justamente discernir entre um e outro.
Minha experiência prática
Subverta-se
“Não é a lógica economicista da materialidade, não é o capitalismo que vai resolver os problemas do ser humano, como muitos irmãozinhos materialistas acreditam. Vai continuar na mesma se acharmos que a justiça é apenas distribuição de bens. As bugigangas acumuladas mostram que não é bem assim. O socialismo, comunismo – ou qualquer outro ismo que inventarem – vai continuar mantendo os mesmos bens, talvez um pouquinho pior porque todos teriam direito a todos os bens pela lógica da dignidade humana material, para quem acredita neste mito. Sei que muitos de nossos irmãos materialistas se arrepiam com uma constatação destas, mas temos que refletir sobre estas questões. É por isso que eu volto a bater nesta tecla: a Banca de Graça não é fruto de ranço do materialismo ou da piedade de tentar resolver problemas sociais ou econômicos. É uma questão espiritual: despertar para a lógica da circulação livre da energia e o desapego.“Não há revolução possível na humanidade com tantos egos democráticos, como querem acreditar nossos irmãos dos partidos políticos. A Banca de Graça traz o questionamento da própria democracia. Ela não é democracia. Não entenda a banca como democratização de bens e serviços. É outro ponto que está além do ego. Democracia é do ego. Num nível energético superior não existe democracia, existe fluidez de energia.”
GYUW
Para saber (e fazer) mais
ALI’nha’MENTO SOLAR-Cristal/ESPIRITUAL – “FRUTOS DE GRAÇA” CÓSMICA : blog do GYUW com textos sobre a Banca de Graça, as sagradas e comestíveis ervas daninhas e muito mais.
Freecycle : uma rede de trocas online com atuação global (Infelizmente ainda opera pelo velho paradigma da troca, não estando completamente alinhado com a proposta da doação incondicional
Faça você mesmo: Banca de Graça
Até hoje, todos os grupos que realizaram Bancas da Graça foram compostos por pessoas livres que optaram por se encontrar e realizar uma ação coletiva desvinculados de qualquer instituição formal. O conceito é simples e requer apenas uma pequena dose de boa vontade. Alguns viabilizam doações, outros conseguem uma estrutura e marcam o horário para expor tudo na rua. Qualquer lugar é possível: no calçadão de uma capital, em uma comunidade, na festa de uma igreja. Independente de ser um espaço público ou fechado, se for uma atividade rotineira a coisa se espalha.
1- Escolha o local2- Abra uma canga ou esteira de palha no local escolhido;3- Coloque uma plaquinha com os dizeres: “Banca de Graça”;4- Diga: “Aqui é a Banca de Graça. Se quiser deixar alguma coisa aqui, fique a vontade. O próximo que passar e quiser levar, leva”.
1- Monte um grupo gestor;2- Faça uma arrecadação;3- Defina a data* e periodicidade**;4- Consiga uma barraca de madeira ou qualquer estrutura para expor as doações;5- Imprima cartazes com reflexões e orientações para não precisar repetir a mesma coisa diversas vezes;6- Faça a Banca de Graça conforme decidido em grupo.*É recomendável não fazer divulgação pública para não gerar expectativas ou confusão.**Se houver periodicidade, sugere-se que a banca aconteça rotineiramente, mas seu local mude constantemente para evitar excesso de doações ou tumulto.
Artigo publicado originalmente na MobGround.net. Reproduzido mediante permissão, de acordo com a licença Creative Commons.
Saiba mais sobre Ecovilas, Comunidades Alternativas e Assentamentos Sustentáveis
Curso Online Gestão de Ecovilas
Quer criar uma ecovila? Sonha em empreender e fundar um cohousing urbano ou rural? Quer se voluntariar ou morar em uma comunidade alternativa? Esta é uma oportunidade de você se capacitar para conhecer e enfrentar desafios nesse caminho! Este curso é recomendado para pessoas interessadas em morar em ecovilas, comunidades intencionais, co-housing ou que desejam ou já encaram co-work e outros coletivos auto-gestionados. Também atende à demanda de empreendedores que querem inovar na sua forma de gestão. Continue lendo: Curso Online Gestão de Ecovilas
Mapeamento de Ecovilas e Comunidades Alternativas do Brasil
Ecovilas são assentamentos funcionalmente completos, onde as atividades humanas estão integradas ao mundo natural de forma sustentável, apoiando o desenvolvimento humano saudável e que tem continuidade futura assegurada. Durante minha pesquisa de mestrado sobre gestão de ecovilas, mapeei 101 comunidades alternativas e assentamentos sustentáveis do Brasil. Algumas regiões exercem maior atração para criação de comunidades, atuando como espécie de polos que congregam diversas comunidades alternativas, intencionais, sustentáveis e ecovilas. As comunidades apresentadas na listagem estão agrupadas de acordo com essas regiões aglutinadoras.Veja o mapa completo: Mapeamento de Ecovilas, Comunidades Alternativas e Assentamentos Sustentáveis do Brasil
Artigos sobre Ciência, Epistemologia e Sociologia da Administração
A ciência é neutra?
Muitos cientistas querem afirmar a neutralidade, mas a verdade é que somos naturalmente parciais. Toda e qualquer observação de fatos não é desprovida de valores, e a própria escolha do objeto de pesquisa depende de preferências pessoais do pesquisador. Pesquisas científicas são financiadas por pessoas ou instituições com interesses políticos. O mito da ciência pura e neutra é desconstruído por Marx, Weber e uma diversidade de autores. Leia o artigo completo: A ciência é neutra?
Alberto Guerreiro Ramos, vida e obra do maior sociólogo do Brasil
Alberto Guerreiro Ramos foi um dos maiores intelectuais brasileiros, e provavelmente o maior sociólogo do país. Sua obra acadêmica é reconhecida internacionalmente. Suas pesquisas ajudam até hoje o campo de administração a ser capaz de inovar e levar em consideração a dimensão da sustentabilidade ambiental. Guerreiro tem uma forma de fazer ciência e de produzir conhecimento que vai de encontro aos moldes hegemônicos, que se contrapõe à nossa propalada cordialidade. As críticas dirigidas por Guerreiro a nomes consagrados nas ciências sociais brasileiras como, Florestan Fernandes, não deixam dúvidas sobre o seu estilo. Leia sua biografia completa: Alberto Guerreiro Ramos, vida e obra do maior sociólogo do Brasil
Gestão de Ecovilas: Dissertação de Mestrado de Gabriel ‘Dread’ Siqueira
O que é uma ecovila? Como se administra uma ecovila? Qual a diferença entre uma ecovila e uma comunidade alternativa? Como acontece a gestão em uma comunidade intencional? Foram essas inquietações que me levaram a escolher a gestão de ecovilas como tema da minha dissertação de Mestrado em Administração pela UFSC, que concluí em julho de 2012. Para realizar minha pesquisa, fiz um mapeamento das ecovilas, comunidades intencionais sustentáveis e comunidades alternativas existentes no Brasil. Encontrei referência a pelo menos 99 comunidades ativas no país. Leia o artigo completo: Gestão de Ecovilas: Dissertação de Mestrado de Gabriel ‘Dread’ Siqueira – Como é a administração de uma ecovila?
A redução da Redução Sociológica de Alberto Guerreiro Ramos
A Redução Sociológica pressupõe um olhar criterioso sobre a ciência. A principal preocupação de Guerreiro Ramos era ser um sociólogo “em mangas de camisa”, inserido e atuante em seu contexto social, adotando uma postura política transformadora. Ele estava se rebelando contra a sociologia que era (e ainda é) dominante nas universidades brasileiras: uma sociologia “de gabinete”, distante da realidade nacional, e “consular”, onde o sociólogo atua menos como um solucionador de problemas e mais como representante de uma teoria estrangeira incapaz de explicar a realidade local, apoiando assim a dominação cultural e científica que os países periféricos sempre sofreram e continuam sofrendo.. Leia o artigo completo: A redução da Redução Sociológica de Alberto Guerreiro Ramos
A Síndrome Comportamental, de acordo com Alberto Guerreiro Ramos
Onde quer que a articulação do pensamento não encontre critérios de exatidão, não existe sabedoria. A síndrome comportamentalista faz com que o indivíduo se comporte como uma engrenagem. Alberto Guerreiro Ramos analisa a base psicológica da teoria organizacional e da ciência social em voga. O autor considera que as organizações são sistemas cognitivos e que seus membros em geral assimilam, interiormente, tais sistemas e assim, sem saberem, tornam-se pensadores inconscientes. Leia o artigo completo: A Síndrome Comportamental, de acordo com Alberto Guerreiro Ramos
Consenso e a racionalidade substantiva, TCC de Gabriel ‘Dread’ Siqueira
Vivemos em uma democracia participativa (ou não), onde a vontade da maioria é entendida como antagônica à da minoria. Esta minoria fica assim excluída do processo decisório político. O conflito é punido e reprimido na democracia. O consenso é a superação da democracia excludente. O objetivo do consenso é convergir alternativas e possibilidades de atender a necessidades de diferentes grupos e setores sociais em soluções conciliatórias. O conflito é uma etapa necessária do processo de consenso. É neste contexto que elaborei meu Trabalho de Conclusão do Curso de Administração. Leia o artigo completo: Consenso e a racionalidade substantiva, trabalho de conclusão do curso de Gabriel ‘Dread’ Siqueira
As organizações do movimento alternativo, por Mauricio Serva
Joseph Huber, sociólogo, economista e professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Livre de Berlim, fêz uma extensa pesquisa sobre organizações que ele denominou “projetos alternativos” no inícios dos anos 80, na então Alemanha Ocidental. Caracterizando o “movimento alternativo” como uma “explosão de idéias”, Huber (1985) nos dá uma visão suficientemente ampla desse movimento na Alemanha, relacionando as grandes áreas onde tais organizações aparecem. Leia o artigo completo: As organizações do movimento alternativo, por Mauricio Serva
A Grande Transformação, de Karl Polanyi
O futuro de alguns países já pode ser o presente em outros, enquanto alguns ainda podem incorporar o passado dos demais. Mas o resultado é comum a todos eles: o sistema de mercado não será mais auto-regulável, mesmo em princípio, uma vez que ele não incluirá o trabalho, a terra e o dinheiro. Karl Paul Polanyi foi um um filósofo, economista e antropólogo húngaro, conhecido por sua oposição ao pensamento econômico tradicional. Leia o artigo completo: A Grande Transformação, de Karl Polanyi
Empowerment: uma abordagem crítica
Empowerment, em português, significa “dar poder a”. No entanto, no contexto da Teoria das Organizações, empowerment é mais uma “tecnologia”, “modelo”, “técnica” ou até mesmo “modismo” da prática administrativa, recentemente muito popular nos círculos gerenciais. Deve-se atentar para o fato de que empowerment, assim como outras “tecnologias revolucionárias” e “tendências” administrativas, podem ser (e geralmente são) instrumentos de controle, maneiras de legitimar o papel central das organizações econômicas na vida de seus funcionários. Leia o artigo completo: Empowerment: uma abordagem crítica
Apreciação Crítica do livro “Marketing de Guerra”, de Al Ries e Jack Trout
Marketing de Guerra: já não temos violência demais no mundo? É impossível, para mim, realizar um trabalho acadêmico a respeito do livro “Marketing de Guerra” (1986), de Al Ries e Jack Trout, sem explicitar uma crítica. Na minha opinião, a visão de mundo e paradigma das quais parte a premissa desta obra ajudam a corroborar o estado de depressão psicológica e falta de sentido da vida que assolam nossa sociedade centrada no mercado. Leia o artigo completo: Apreciação Crítica do livro “Marketing de Guerra”, de Al Ries e Jack Trout
A Nova Ciência das Organizações: uma reconceituação da riqueza das nações
Foi a última obra publicada por Alberto Guerreiro Ramos, em 1981. Este livro foi publicada originalmente em inglês pela Universidade de Toronto (University of Toronto) com o título “The new science of organizations: a reconceptualization of the wealth of the nations”. É o resultado de suas pesquisas sobre a redução sociológica como “superação da ciência social nos moldes institucionais e universitários em que se encontra”. Uma proposta revolucionária de ciência, embasada em uma racionalidade substantiva. Leia o artigo: A Nova Ciência das Organizações: uma reconceituação da riqueza das nações, de Alberto Guerreiro Ramos
Sensacional mestres!
Hum…boa ideia, vou fazer aqui em Pirenópolis…
Amei!!Fiquei encantada com tamanho gesto de amor e, gostaria de saber como fazer para fazer parte desta maravilhosa Equipe ?Gratidao