Às vezes eu acho que sou louco… Sinto uma loucura dentro de mim, e vejo como é difícil distinguir a minha loucura interna, individual, da realidade coletiva… Algumas vezes eu acredito piamente que a minha realidade louca é a realidade comum… E me surpreendo ao conversar com outras pessoas e descobrir que a viagem estava toda dentro da minha cabeça… Quando volto à consciência, percebo que era tudo viagem minha, e eu fiquei viajando no meu louco mundo sozinho…
Porque na verdade a vida é muito linda, muito linda mesmo… maravilhosa… e deve ser enxergada, entendida e vivenciada com entusiasmo (en=dentro; teo=Deus; hemo=sangue; Deus correndo em minhas veias)… a alegria de viver, de encontrar pessoas, lugares, a natureza… tudo é muito lindo… basta abrir os olhos e ver a Realidade… que não passa de uma ilusão, um véu (Maya), mas que nem por isso deixa de ser incrível e surpreeendente!
Segue uma passagem do livro As Máscaras de Deus – vol2 – Mitologia Oriental, do mitólogo Joseph Campbell, sobre a vida de Gautama Shakyamuni, Buda, após ele ter atingido a Iluminação e rompido o véu ilusório de Maya:
“Em resumo: o Buda, havendo dissolvido o senso de ‘eu’, orientou sua consciência para além da motivação da criação – o que, entretanto, não significou que ele tivesse deixado de viver. De fato, ele permaneceria por mais meio século no mundo do tempo e do espaço, participando – oh ironia! – da vacuidade dessa multiplicidade, percebendo a dualidade, mas sabendo que ela é ilusória, ensinando compassivamente o que não pode ser ensinado a outros que, na verdade, não eram outros. Pois não há nenhuma forma de comunicar uma experiência – ou, pelo menos, algo que se aproxime dela, à qual se possa fazer referência por analogias. Além do mais, onde não há ego, não há ‘outro’ a ser temido, desejado ou ensinado.
(…)
Vimos que quando Buda extinguiu em si o ego, o mundo floresceu. É esse, exatamente, o modo como o mundo se apresenta àqueles para quem o espanto – e não a salvação – é religião.”
Vamos viver com Espanto, arrebatados pela magnitude e beleza da Vida… mesmo sabendo que tudo não passa de ilusão, seja esta ilusão individual e particular, seja ela coletiva e comum a todos os seres…
Agora segue uma letra de música, de minha autoria, para a banda Novo Quilombo:
Noite e Dia (Novo Quilombo)
Mais uma noite que sigo sozinho
E me pergunto: qual o caminho do meu coração?
Foi um amor verdadeiro
Alimentado por uma ilusão do Ego
Foi um amor tão profundo
Retribuído com a traição
Mais uma noite que sigo sozinho
E me pergunto se existe um caminho pro amor
Mas o dia chega e eu acordo sorrindo
Sigo com Deus por isso nunca estou sozinho
O Amor é verdadeiro
E o Ego é uma Ilusão
O Amor é bem profundo
Muitas mentes, um só coração
Basta agir com consciência
Na Positiva Vibração
Para toda ação, há uma re-ação
Pra colher Amor, plante o perdão
É a hora de amar
Chega de contradição
Vamos nos respeitar
Somos todos Um, irmão
E agora: Eu sou Amor
Todo Santo Dia, um só Amor
Todo Santo Dia, um só Coração
Todo Santo Dia, um só Destino
Todo Santo Dia
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