Qual o papel e a responsabilidade das novas mídias na sociedade?

por | 16/11/10 | Editorial, Revolução | 9 Comentários

Qual a mensagem que você quer disseminar e consumir?

Se não fosse alguns twitters e blogs que acompanho, eu não teria ideia que existem coisas como Lady Gaga, Saga Crepúsculo, ET Bilu, goleiro Bruno do Flamengo, Restart. Tem blog de Ana Maria Braga, blog de Video Show, blog de Faustão, blog de Globo Esporte…

Nessas horas eu fico pensando se não deveria sair do twitter, desistir de assinar feeds e me proteger das manipulações que a mídia empurra guela abaixo e que, infelizmente, muitos dos meus colegas insistem em engolir sem mastigar e defecar sem digerir.

Os ‘especialistas em mídias sociais’ adoram dizer que os novos meios estão desbancando ou vão desbancar em breve as mídias de massa.

Infelizmente a grande maioria dos produtores independentes de conteúdo nem ao menos merece ser chamada assim, pois se limita a reproduzir de forma acrítica o lixo elaborado maquiavelicamente pelos grandes conglomerados midiáticos.

“O meio é a mensagem” Marshall McLuhan

Muitos blogueiros e tuiteiros se contentam em fazer eco às pseudo-noticias emitidas pelos grandes portais da mentira, pelos jornais e revistas que não valem os pinus e eucaliptos de que são feitos e pelas ditatoriais concessões “públicas” de televisão.

Mesmo que involuntária e inconscientemente, estes reprodutores de conteúdo servem aos propósitos das oligarquias locais e nacionais, além dos interesses mercadológicos das transnacionais.

Nunca antes na historia tivemos tanto poder de comunicação nas mãos de pessoas comuns. Vamos nos tornar o mesmo lixo de sempre? Ou vamos assumir a responsabilidade que a grande mídia renegou e distorceu: passar um conteúdo relevante.

Para onde vamos levar nossos meios mais democráticos? Seremos capachos da indústria ou vamos desnudar suas mentiras? Sera que a função das novas mídias é ficar reproduzindo as mesmas distorções das velhas, ou nosso papel pode ser o de apresentar uma visão alternativa?

“Dar vazão ao senso crítico alheio e a múltiplos modelos explicativos da realidade sempre foi meu objetivo. Mas esse é o objetivo de poucos. A maioria prefere se agarrar a um modelo confortável e pré-pronto. O da TV.”
Filipe Siqueira, editor do blog Nerds Somos Nozes, um dos poucos que se salva.

Será que as pessoas QUEREM reproduzir a burrice televisiva ou simplesmente não vislumbram alternativas porque foram condicionadas?

Não assisto e não tenho TV, não leio nem compro jornais e revistas, não escuto radio e não navego em portais de notícias. Diminuo assim o stress, reduzo a chance de ser condicionado e ter meu inconsciente manipulado e tenho mais tempo para o que realmente importa: viver a vida. Dar atenção às questões reais, que estão ao meu alcance, das quais não posso me acomodar na passividade, aquelas que posso transformar e melhorar, não apenas comentar, reclamar e me resignar.

A Revolução não será televisionada (Imagem: torrreão sul)

Irmandade tuiteira e blogueira, podemos elevar o nível do debate? Seja qual for, vamos exercer o pensamento critico?

Não vai ser reproduzindo o jornalismo main stream e o senso comum que as novas mídias vão se impor como fontes de conhecimento relevante. Como detentores de cérebros e representantes da especie homo sapiens sapiens é nosso dever refletir criticamente.

Quer se destacar? Coloque a cabeça pra funcionar. Pense. Reflita. Questione. Pesquise. Critique. Proponha. Aja.

Espirito critico! Desperte! Revolução da mente aqui e agora! Se você esta lendo isso, você é a resistência.

Fica a dica: desligue e se livre de sua TV, pare de ler semanários e jornais. Você é o suporte dessa realidade. Você pode ser co-autor da transformação da realidade!

Seja a mudança que você quer ver no mundo.

Veja este clipe da Banda Cultivo, Exposição, feito por gente que está em sintonia com um propósito mais elevado.

9 Comentários

  1. Lucas Baranyi

    Por cursar jornalismo e ter um vício em me manter informado, não consigo abandonar o jornal. TV eu só assisto com fins de entretenimento (seriados na TV a cabo), e nada mais. E, apesar de ler jornal, tenho plena ciência que muito do que está dito ali tem, como plano de fundo, os interesses dos donos da mídia.
    Sem entrar no julgamento de certo e errado, tento cumprir meu papel de "comunicador" ao desenvolver um conteúdo (que eu considero) relevante para as pessoas, culturalmente.
    O Filipe, grande responsável em me pilhar pra fazer o Artilharia, é o grande exemplo de conteúdo de qualidade e relevância nas "mídais alternativas", hoje. Apesar de conferir muitos blogs grandes, no NSN eu me sinto "em casa", porque sei que os textos dali são feitos com o simples intuito de comunicar, de criar discussões, e não de impor um único ponto de vista baseado em interesses pessoais.

    O futuro está aqui, em cada um de nós. Parabéns pelo texto, Gabriel.

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  2. bressan, cvo

    Estou em processo de vestibular novamente, resolvi então voltar a ler editoriais e notícias para me preparar. Comecei pelos grandes jornais de São Paulo: Folha e Estadão. No começo pensei: "- Tudo bem, é manipulado, mas vou distinguir e pronto." Não! Aquilo absorve demais, tudo feito pensando. É só inutilidade copiada de eras atrás, leia os jornais antigos as mesmas matérias só mudam os personagens. Um modelo ultra-estabelecido.

    Busquei então alguns sites de mídia alternativa pela rede, porém confesso uma decepção tão grande. Uma boa parte feita de maneira igual, porém "esquerdista". Manipulação de informações e exaltação de falso hérois nacionais, defendidos quase como deuses.

    Ainda busco lugares com boa informação. Porém, vejo que o feito pelas novas mídias realmente é muitas vezes uma cópia da grande mídia. Pequenas alterações, verdades incontestáveis, uso do emocional para desistabilização.

    Tenho conhecidos jornalistas e por serem éticos não conseguem empregos. E eles veem os 'afim de grana', e não de consciência, conseguirem empregos em várias mídias, só dando pequenas alteradas nas matérias.

    A frase que escutei em uma palestra, nas minhas aulas de teatro, e me fez abandonar de vez a mídia televisa fala muito: "A tevê serve para passar publicidade, os programas passam entre os comerciais".

    Vivemos para a publicidade, e a publicidade transformou muita gente em produto.

    Abraço, gostei do texto e valeu a reflexão.

    Sorte e paz.

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  3. Tauil

    Achei legal você ter falado isso, Gabriel, mesmo concordando em partes somente.

    Não vejo mal o sujeito ler jornal, ver TV, falar de Crepúsculo. Como um dos autores do Artilharia Cultural, recebi alguns xingamentos porque fizemos um post sobre o Rebolation e outro sobre Crepúsculo. Sabe o que eu acho disso? Besteira. Foda-se! Eu não escuto e não leio isso, mas isso existe. Faz parte do meu meio. As pessoas com as quais eu convivo escutam e lêem. Não posso ignorar isso tudo. Só se eu fosse me isolasse como você que não lê jornal nem vê TV e tal.

    Entendo que isso tem um lado positivo, mas não ler jornal não faz de você a resistência. Existe coisa boa na TV. É preciso saber peneirar, só isso. Se não fosse o Harry Potter, eu nunca teria lido João Guimarães Rosa.

    Acho que não se pode negar algo que existe. Quem gosta, gosta. Quem não gosta, não tem que ficar atacando. Tem é que mostrar o lado bom das coisas pra tentar reverter um pouco a situação.

    É o que eu penso, só isso.

    Abração,
    Tauil

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  4. Daniel Ottoni

    A TV tem grande papel para a construção de uma sociedade digna, solidária, justa e informada.

    A maioria das coisas que passa não presta, mas devemos dar a ela seu valor e buscar fontes de conhecimento viáveis e que prestem.

    O jornal idem. Apesar de muita informação ser controlada, é um baita meio de comunicação.

    O que temos que mudar é a mentalidade e os anseios de quem comanda essas redes gigantes e complexas

    Abraços e luz!

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  5. Rogério

    Olá Gabriel!
    Sim… certamente vc está fazendo, comunicando contra a corrente! É isso aí!
    Claro que não dá para jogar fora tudo… concordo que a mídia convencional condiciona o povo e, sabendo dos interesses econômicos em jogo, é uma arma perigosa.
    As novas mídias sociais são uma ampliação da democracia? Não sei, mas que são uma democratização da VOZ, sim… acho que sim!
    Só que de tão livres que são… as redes sociais e a própria internet estão abertas à manipulação e com um bom montante em $$$ vc faz alguém virar santo ou demônio (vide a guerra de e-mails que virou entre Dilma e Serra na eleição).
    É um equilibrio complicado… sou contra qualquer regulação da internet, mas temos que lembrar que quem controla dos cabos de fibra ótica, os satelites, DNSs e esssas coisas são ELES… e a grana manda…

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  6. Marivone

    Primeiro, calma. Segundo, quando você pensar que as mídias se movem como empresas privadas que precisam de dinheiro para pagar seus funcionários e lucrar, a coisa fica mais clara. Por último, continue pensando livremente que vai dar tudo certo. 😉

    E…

    Pessoal, [Sorteio] O Livro do Cemitério, de Neil Gaiman!

    http://guiadaestante.tumblr.com

    Passa lá!
    😉

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  7. Maria Elisa von Zuben Tassi

    É.. pra mim peneirar a TV é algo bem dificil.. prefiro peneirar na Net.. assim vou direto ao assunto. Perco a paciência com a "TV-lesão".
    Sobre sumir do mundo.. sou constantemente colocada pra refletir sobre "me envolver" ou "me desligar" desse lixo todo, pelo meu companheiro.. mas tenho insistido (To virando twitera de levs) e acreditado que tb posso navegar independentemente, levando uma mensagem mais, digamos… util. trazendo aquilo que poucos falam.. ou porque não estão nem aí, ou porque não acreditam.. mas enfim.. prefiro desligar a TV e ler um livro! E controlar o que minha filha vê.. diferente das amiguinhas dela (de 9 anos) que sabem tudo de seriados Pop adolescente, cheios de sensualidade, futilidade e outros lixos. Complexo…Bjo

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  8. Talita

    acredito que muitas vezes a mídia exagera sim, mas ela só mostra o que é feito por nóa mesmos, a criatividade humana é que vai longe…

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  9. Iury BAS

    Eu tenho 17 anos e costumo me informar bem. Até porque preciso disto, já que estou cursando vestibular, e informação plana sobre tudo é algo essencial. Também assisto TV, leio jornais online, mas não em folha. O problema não esta em nada disso. Não existe problema em assistir a TV, ou ler ao jornal. O problema existe no mero ato de relaxamento da maioria das pessoas ao fazerem isso, que desligam o seus cérebros e os manterem apenas em funcionamento para minimamente absolver tudo aquilo como verdade absoluta.

    As pessoas vivem em uma zona de conforto do não pensamento. Apenas vêm, aceitam e absolvem aquilo, sem questionamentos, sem visões próprias, sem nem mesmo procurar uma segunda versão. Este é o perigo, e é esta falha que as empresas de informação e a TV usam para mante seus impérios e seus aliados. Mas, de quem é realmente a culpa? Da TV, do radio, do jornal?

    Não, de nenhum desses. Eles apenas defendem seus interesses. A culpa é de quem assiste sem o senso critico ativado. A culpa é da nossa educação, que cria ‘’assinadores’’ de nomes e leitores que apenas conseguem falar as palavras juntas, mas não sabe o que elas significam. A culpa é de quem não busca ouvir o outro lado da historia. E é aqui que entra a internet. A internet proporciona essa via de escape para a segunda versão, para uma nova visão, para o outro lado da historia. Mas é preciso querer isso, é preciso achar blogs que falem disso, blogs que não sejam aqueles fanáticos políticos, blogs como o NSN, o NerDevils, e outros que são feitos nos moldes do verdadeiro jornalismo, aquele que denuncia, mostra os lixos escondidos nas latas sujas, e o fazem sem estarem atrelados e nenhum partido, empresa e afins. E esse tipo de jornalismo, pelo que vejo, só consegue sobreviver hoje aqui, na internet.

    Belo post!

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