Givanildo Silva deixou um novo comentário sobre a sua postagem “Empowerment: uma abordagem crítica“:
Já que tudo é pensado em termos de ‘mercado’ e, a alteração deste paradigma é praticamente impossível devido a profundidade de suas raízes e inexistência de alternativa, temos uma solução (determinística): deixar de sermos ingênuos e utilizar os meios disponíveis a nosso favor, se possível ficarmos ricos e cuidar das nossas crianças…
Postado por Givanildo Silva no blog Irradiando Luz em 23 de Junho de 2008 17:02
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Caro Givanildo,
Discordo em gênero, número e grau.
Está nas nossas mãos mudar o presente paradigma.
Tenho certeza que muitos dos servos, na época do Feudalismo, também consideravam aquele paradigma impossível de ser mudado. A história provou que eles estavam errados.
O mesmo pode ser dito da atual situação. Grande parte dos teóricos de Ciência das Organizações resignam-se ou mesmo abraçam o paradigma funcionalista, apoiando assim a sociedade centrada no mercado.
Mas nem todos. Alberto Guerreiro Ramos foi um cientista que não se curvou ao mercado.
Em sua última obra, “A Nova ciência das Organizações: uma reconceituação da riqueza das nações”, ele propôs um novo paradima, o paradigma “paraeconômico”, em que o mercado teria sua atuação delimitada dentro de um sistema social muito mais amplo.
Infelizmente, Guerreiro Ramos falece apenas dois anos após a publicação desta obra, e não pôde levar a cabo tal empreendimento.
Mas seus escritos estão aí, e fazem coro a muitos outros estudiosos que também apontam na mesma direção:
A sociedade centrada no mercado é insustentável, e suas falhas puderam ser ignoradas durante muito tempo por conta dos benefícios trazidos por ela. Mas este tempo acabou.
O contexto atual tem mostrado que o modo como a produção é orientada já não traz os mesmos resultados, e uma revisão profunda em seus pilares já está em curso.
Isso se dá notadamente por uma série de fatores: a expansão do mercado atingiu um ponto de rendimentos decrescentes, em termos de bem-estar humano; a degradação da qualidade de vida; a poluição; o desperdício à exaustão dos limitados recursos do planeta; e no que tange à teoria das organizações, a incapacidade de oferecer diretrizes para a criação de espaços sociais em que os indivíduos possam participar de relações verdadeiramente autogratificantes.
Cabe a nós darmos continuidade a este processo…
Que tal juntar-se a nós?
Eu acredito que a existência humana é muito maior do que apenas “sobreviver” e tentar ganhar algum dinheiro. Você está conosco?
Com amor,
Gabriel Siqueira
Artigos sobre Ciência, Epistemologia e Sociologia da Administração
A ciência é neutra?
Muitos cientistas querem afirmar a neutralidade, mas a verdade é que somos naturalmente parciais. Toda e qualquer observação de fatos não é desprovida de valores, e a própria escolha do objeto de pesquisa depende de preferências pessoais do pesquisador. Pesquisas científicas são financiadas por pessoas ou instituições com interesses políticos. O mito da ciência pura e neutra é desconstruído por Marx, Weber e uma diversidade de autores. Leia o artigo completo: A ciência é neutra?
Alberto Guerreiro Ramos, vida e obra do maior sociólogo do Brasil
Alberto Guerreiro Ramos foi um dos maiores intelectuais brasileiros, e provavelmente o maior sociólogo do país. Sua obra acadêmica é reconhecida internacionalmente. Suas pesquisas ajudam até hoje o campo de administração a ser capaz de inovar e levar em consideração a dimensão da sustentabilidade ambiental. Guerreiro tem uma forma de fazer ciência e de produzir conhecimento que vai de encontro aos moldes hegemônicos, que se contrapõe à nossa propalada cordialidade. As críticas dirigidas por Guerreiro a nomes consagrados nas ciências sociais brasileiras como, Florestan Fernandes, não deixam dúvidas sobre o seu estilo. Leia sua biografia completa: Alberto Guerreiro Ramos, vida e obra do maior sociólogo do Brasil
A Nova Ciência das Organizações: uma reconceituação da riqueza das nações
Foi a última obra publicada por Alberto Guerreiro Ramos, em 1981. Este livro foi publicada originalmente em inglês pela Universidade de Toronto (University of Toronto) com o título “The new science of organizations: a reconceptualization of the wealth of the nations”. É o resultado de suas pesquisas sobre a redução sociológica como “superação da ciência social nos moldes institucionais e universitários em que se encontra”. Uma proposta revolucionária de ciência, embasada em uma racionalidade substantiva. Leia o artigo: A Nova Ciência das Organizações: uma reconceituação da riqueza das nações, de Alberto Guerreiro Ramos
Gestão de Ecovilas: Dissertação de Mestrado de Gabriel ‘Dread’ Siqueira
O que é uma ecovila? Como se administra uma ecovila? Qual a diferença entre uma ecovila e uma comunidade alternativa? Como acontece a gestão em uma comunidade intencional? Foram essas inquietações que me levaram a escolher a gestão de ecovilas como tema da minha dissertação de Mestrado em Administração pela UFSC, que concluí em julho de 2012. Para realizar minha pesquisa, fiz um mapeamento das ecovilas, comunidades intencionais sustentáveis e comunidades alternativas existentes no Brasil. Encontrei referência a pelo menos 99 comunidades ativas no país. Leia o artigo completo: Gestão de Ecovilas: Dissertação de Mestrado de Gabriel ‘Dread’ Siqueira – Como é a administração de uma ecovila?
Consenso e a racionalidade substantiva, TCC de Gabriel ‘Dread’ Siqueira
Vivemos em uma democracia participativa (ou não), onde a vontade da maioria é entendida como antagônica à da minoria. Esta minoria fica assim excluída do processo decisório político. O conflito é punido e reprimido na democracia. O consenso é a superação da democracia excludente. O objetivo do consenso é convergir alternativas e possibilidades de atender a necessidades de diferentes grupos e setores sociais em soluções conciliatórias. O conflito é uma etapa necessária do processo de consenso. É neste contexto que elaborei meu Trabalho de Conclusão do Curso de Administração. Leia o artigo completo: Consenso e a racionalidade substantiva, trabalho de conclusão do curso de Gabriel ‘Dread’ Siqueira
A Síndrome Comportamental, por Alberto Guerreiro Ramos
Onde quer que a articulação do pensamento não encontre critérios de exatidão, não existe sabedoria. A síndrome comportamentalista faz com que o indivíduo se comporte como uma engrenagem. Alberto Guerreiro Ramos analisa a base psicológica da teoria organizacional e da ciência social em voga. O autor considera que as organizações são sistemas cognitivos e que seus membros em geral assimilam, interiormente, tais sistemas e assim, sem saberem, tornam-se pensadores inconscientes. Leia o artigo completo: A Síndrome Comportamental, de acordo com Alberto Guerreiro Ramos
Empowerment: uma abordagem crítica
Empowerment, em português, significa “dar poder a”. No entanto, no contexto da Teoria das Organizações, empowerment é mais uma “tecnologia”, “modelo”, “técnica” ou até mesmo “modismo” da prática administrativa, recentemente muito popular nos círculos gerenciais. Deve-se atentar para o fato de que empowerment, assim como outras “tecnologias revolucionárias” e “tendências” administrativas, podem ser (e geralmente são) instrumentos de controle, maneiras de legitimar o papel central das organizações econômicas na vida de seus funcionários. Leia o artigo completo: Empowerment: uma abordagem crítica
Apreciação Crítica do livro “Marketing de Guerra”, de Al Ries e Jack Trout
Marketing de Guerra: já não temos violência demais no mundo? É impossível, para mim, realizar um trabalho acadêmico a respeito do livro “Marketing de Guerra” (1986), de Al Ries e Jack Trout, sem explicitar uma crítica. Na minha opinião, a visão de mundo e paradigma das quais parte a premissa desta obra ajudam a corroborar o estado de depressão psicológica e falta de sentido da vida que assolam nossa sociedade centrada no mercado. Leia o artigo completo: Apreciação Crítica do livro “Marketing de Guerra”, de Al Ries e Jack Trout
As empresas não são donas da nossa vida
Você conhece alguém que esteja 100% satisfeito com seu emprego/empresa? E se cada um falasse só uma coisa com a qual não concorda? Sera que as empresas não teriam que mudar pelo menos um pouquinho? Existe um aparato burocrático para manter o status de uma liderança que não é legitima! Existe uma coisa nas empresas chamada Hierarquia. Mas qual o problema em questionar a autoridade se ela se baseia só no medo e na burocracia? Autoridade também pode se basear em respeito e admiração. Esta é a verdadeira autoridade. Leia o artigo completo: As empresas não são donas da nossa vida
Prezado Gabriel,
Parabéns pelas postagens sobre Guerreiro Ramos, autor de uma obra autêntica da qual tenho grande admiração e respeito.
Obrigado Márcio!
Dei uma olhada no seu blog e encontrei muitas informações interessantes sobre Guerreiro Ramos.
Inclusive diversas fotos.
Peço licensa para reproduzir alguns trechos e fotos de seu blog, sempre citando a fonte. É possível?
Um abração
Gabriel Siqueira
Sociedade centrada no mercado? O Brasil não é um mero fruto da expansão desse mercado? Não seria uma sociedade criada pelo mercado, que deve superada por completo, e não simplesmente "recentrada"?